Uma família afirma ter sido vítima de preconceito racial em um supermercado na cidade de Candeias, Região Metropolitana de Salvador. Em contato ao programa Fala Comigo, da Rádio BAIANA FM, desta terça-feira (4), o pai da criança, Paulo Santos, contou que o filho, de 10 anos, estava no Bompreço para fazer compras acompanhado da tia e da prima de sete anos. O episódio foi registrado na tarde de segunda-feira (3). “Meu filho é negro, minha esposa é negra e eu sou moreno, mas tenho maior orgulho de meu filho e da cor negro. São negros, mas não são ladrões”, afirmou o pai do menino.
Segundo o pai da criança, o menino consumia um pacote de salgadinho adquirido em outro estabelecimento e o segurança da loja teria questionado se a criança comprou o produto. Em seguida, o menino teria ido à sessão de doces para comprar chocolates e o segurança novamente interpelou o garoto perguntando se iria adquirir o produto.
“Meu filho teve no Bompreço com a tia e a prima dele. Ele tem 10 anos e a prima tem sete. Ele estava com um pacote de salgadinho que eu e a mãe dele compramos mais cedo. Nós compramos o salgadinho, estamos com a nota fiscal, comprovando que eu paguei. Meu filho apenas chamou o segurança e perguntou onde era o lixo para que o jogue pacote. Ele perguntou: ‘Você pagou?’ E ele respondeu: ‘paguei, estava com meu pai e minha mãe’. O menino jogou o saquinho no lixo e eles retornaram. Eles foram para a sessão dos chocolates. Ele voltou para o menino e perguntou: ‘E aí neguinho, você vai dizer que pagou pelo chocolate também?’”, relatou o pai da criança.
Ele disse ainda que até o momento nenhum representante da loja o procurou para falar do caso. Ele disse ainda que pediu para conversar com o chefe da segurança do estabelecimento e solicitou as imagens do circuito de câmeras. “Procurei o segurança. Ele xingou meu filho de neguinho ladrão. Pedi as imagens para que ele me mostre se meu filho é neguinho ladrão”, contou.
Procurada pela nossa reportagem, a gerência do supermercado não quis se pronunciar sobre o caso.